terça-feira, maio 28

COMENTARIO SOBRE ICONE DA TRINDADE



COMENTANDO SOBRE O ÍCONE DA TRINDADE

O ícone da Santíssima Trindade foi "escrito" pelo santo monge russo Andrej Rublev. Ele nasceu por volta de 1365 e morreu por volta de 1430. Rublev foi testemunha de um acontecimento importante na história do seu povo: a libertação do povo russo do domínio dos tártaros. Ele, através de São Sérgio - abade e pai espiritual - desenvolveu na Comunidade o amor pela Santíssima Trindade, o amor e os cuidados para com o mosteiro e a pátria. São Sérgio tinha dedicado toda a sua vida à contemplação da Trindade. O ícone da Santíssima Trindade de Rublev expressa toda a mensagem de São Sérgio: a sua oração viva nos é apresentada em cores e luzes, e antes de tudo, a oração de Cristo de João 17,21: "... para que todos seja uma coisa só. Como tu, Pai, está em mim e eu em ti...”. Rublev consegue harmonizar perfeitamente a tradição da Igreja e o seu dom de artista colocado a disposição do povo de Deus, transmitindo a experiência da "luz divina". Antes de "escrever" o ícone ele contemplou o mistério do qual estava se ocupando com os olhos da Igreja. EXPLICAÇÃO DO ÍCONE “O ícone da Santíssima Trindade é um convite a sentar-se a mesa, a beber do cálice… Nada pode ser mais íntimo e comprometedor do que beber do sangue de Jesus. Esse é com certeza um convite de amigo pra amigo. No ícone, o espaço vazio da mesa é um convite aos que estão dispostos a se tornar participantes do sacrifício divino oferecendo a vida como testemunhas do amor. Só aquele que participa do sacrifício participa também da Salvação. Na disposição dos “anjos celestes”, vemos da esquerda pra direita o Pai, com a túnica dourada, lembrando-nos sua realeza. Sua mão direita se ergue num sinal de benção ao o Filho (o do meio) e ao Espírito (o da direita) que estão totalmente voltados para o Pai numa posição de prontidão e obediência à Sua Vontade. A túnica do filho em grande parte é de cor escarlate, fazendo referência à Sua humanidade: Aquele que mais se revelou. O altar nos recorda o mundo, o lugar do sacrifício. O filho toca o altar com dois dedos - duas dimensões, a humana e a divina. O Espírito que também se revela, porém menos que o filho, toca o altar com apenas um dedo, apenas na dimensão divina. A contemplação desse ícone é uma maneira de compreender mais profundamente os segredos e mistérios da vida divina, de estar no mundo sem, no entanto, pertencer a ele. É um convite à “casa do amor”, casa de onde viemos e para onde voltaremos… “Quanto mais contemplamos essa imagem sagrada com os olhos da fé, mais nos damos conta de que é pintada não como uma decoração adorável para a igreja de um convento nem como explicação útil de uma doutrina difícil, mas como um lugar santo no qual podemos entrar e permanecer. Quando nos colocamos diante do ícone em oração, experimentamos um delicado convite a participar da conversa íntima que está ocorrendo entre os três anjos divinos e nos juntar a eles em volta da Mesa. Assim orar com esse ícone leva-nos ao mistério da auto-revelação de Deus, mistério que ultrapassa a história, mas é tornado visível por ela. Mistério divino, mas também humano. Mistério de júbilo, dor e glória que transcende todas as emoções humanas, mas não deixa de tocar nenhuma delas.” (Henri J. M. Nouwen, Contempla a face do Senhor – Orar com ícones)”

(fonte: http://www.marista.org.br - autora: Lúcia L. P. Coelho)

 

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